Com o crescimento do Turismo em território nacional, há um segmento que se tem destacado, o caravanismo, como testemunha o aparecimento de várias novas empresas que se dedicam a esta área de actividade. O momento é positivo, até porque os estrangeiros são adeptos deste tipo de Turismo, mas há ainda desafios que impedem um maior crescimento desta prática.A YESCAPA é a mais recente empresa dedicada ao caravanismo e autocaravanismo a surgir em Portugal. Apresentando-se como o “Airbnb de autocaravanas”, esta empresa, que estava já presente em países como França, Espanha, Alemanha, Reino-Unido e Itália, chegou no mês passado a território nacional, actuando num segmento que tem vindo a crescer a dois dígitos e que tem levado ao aparecimento de empresas um pouco por toda a Europa e também em Portugal (ver caixa).
Beatriz Santos, presidente do grupo de sector de Campismo e Caravanismo, Hotelaria de Ar Livre e Caravanismo da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), administradora da Orbitur e também vice-presidente da European Federation of Campingsite Organisations and Holiday Park Associations (EFCO&HPA), órgão representativo do campismo e caravanismo que agrega associações de 23 países da Europa, diz ao Publituris que “todos os indicadores mostram um crescimento a dois dígitos nos registos de caravanas e autocaravanas em toda a Europa”. “Tendo em conta que nos últimos anos temos assistido a uma grande apetência pelo Turismo de contacto com a natureza, têm surgido novas oportunidades de negócio e isso verifica-se tanto ao nível dos fabricantes de caravanas e autocaravanas, nomeadamente na Europa, como no aparecimento de empresas de aluguer desses equipamentos, inclusive em Portugal”, refere a responsável, considerando que, face a outros tipos de hotelaria ao ar livre, as caravanas oferecem “a vantagem de todo o espaço ser previamente preparado e apetrechado a gosto e o mesmo acontece com as autocaravanas e, neste caso, sem precisar de reboque”.
Para a responsável, hoje em dia, não há propriamente um perfil deste tipo de turista, ainda que, cada vez mais, os adeptos desta prática procurem uma “maior flexibilidade, mobilidade e conforto”, daí que estejamos a assistir “a um crescimento da indústria de fabricação de caravanas e autocaravanas e ao aparecimento de equipamentos cada vez mais leves e portadores das tecnologias mais sofisticadas”.
Por outro lado, defende a especialista, este crescimento tem levado “os operadores turísticos das actividades de campismo, caravanismo, autocaravanismo e Hotelaria de Ar Livre a apetrecharem-se para melhor responderem às necessidades do mercado”. É por isso que, acrescenta, se tem apostado na construção de “áreas de serviço para abastecimento de água potável e para despejos”, mas também na melhoria das “redes de infraestruturas e também oferecendo mais espaços de uso privativo e não apenas as chamadas zonas livres, passando a oferecer parcelas com pontos de energia, abastecimento de água e esgoto e uma tarifa com tudo isto incluído”. Paralelamente, têm sido também criadas “zonas para chegadas tardias e tarifas simplificadas para quem apenas pretende pernoitar”.